quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Game of Thrones

Acredito que todos conheçam a série Game of Thrones. Ela se tornou bastante famosa nos últimos anos, e essa última temporada foi bastante comentada pelas minhas redes sociais. Eu até acabei por ver o penúltimo episódio dela com meu namorado. Não entendi nada, não sabia o nome de ninguém e não lembro de nada. Mas serviu para eu pegar este livro que havia comprado há uns 3 anos e lê-lo afinal.


O livro começa já dando aquele tom de fantasia épica ao mostrar um mapa antes de qualquer texto. Isso sempre me lembra Senhor dos Anéis e Nárnia. Esses livros onde todo um mundo novo é criado. (E que eu tendo a adorar). Outra informação importante é passada no mapa de Westeros: ele está dividido em duas páginas, uma lendo Norte e a outra Sul. Essa divisão que poderia ser apenas geográfica, é uma divisão que se mantém clara durante toda a série. Principalmente quando conhecemos a família que parece ser o centro da história: a família dos Stark de Winterfell, os Senhores do Norte.

A trama se desenrola mostrando a personalidade de cada personagem, descrevendo bastante exaustivamente o cenário onde os personagens se encontram e o papel deles na história geopolítica do reino. O clima medieval é passado tanto  pela linguagem quanto pela presença de reis, rainhas, escravos de guerra e Igreja (aquela com I maiúsculo mesmo, a que tem papel político e representantes no conselho do rei). Para acabar com essa descrição histórica, mulheres sendo tratadas em segundo plano, indignas de receberem terras ou títulos em seu nome estão presentes na trama.

No entanto, isso não quer dizer que a trama tenha poucas personagens mulheres bem-desenvolvidas, muito pelo contrário. Cersei Lannister, Daenerys Targaryen e Catelyn Stark são personagens marcantes, protagonistas do desenvolver das lutas e batalhas por poder. Uma das que mais me cativou, Arya Stark, acaba por não ter muito destaque nesse livro por ser apenas uma criança (mas isso vai mudar no segundo livro da série, pelo pouco que já li). As duas irmãs Stark são preto e branco, dois opostos. Arya é rude, quer brincar de lutar de espadas com seus irmãos e arruma até um professor de técnicas de espadachim para si eventualmente. Sansa é o contrário, educada, bela, preocupa-se mais com seus vestidos e histórias de príncipes e princesas do que com o que está acontecendo a sua volta. Em verdade, eu odiei a Sansa. A trama é muito sóbria e ela é muito alheia a tudo de sério em sua volta. Até os próprios personagens do livro pensam isso dela.

Outros temas que me marcaram no livro foram a pouca presença de mágica e o incesto, que parece acontecer em várias das casas. Além disso, o fato de meninos de 14 anos serem considerados "homens crescidos", capazes de sentar em cadeiras de Conselho e comandarem um reino, é outra forma pela qual Martin descreve o ambiente medieval do livro. Isso não significa, porém, que essas crianças sejam de fato adultos. Ao mesmo tempo que bota tamanha responsabilidade e maturidade no ombro de crianças, o autor ainda deixa passar por entre falas e atos que elas ainda são crianças, que brigam por coisas pequenas e agem sem pensar.

Por fim, o que tenho a falar de Game of Thrones é que é uma trama bem enlaçada e complexa, com várias subhistórias acontecendo a todo momento e sem nenhum ponto de vista correto. Nenhum personagem é deliberadamente ruim ou bom, mas sim capazes de ambos quando lhes convém (mesmo que haja alguns que se destaquem na maldade). A história prende, é difícil largar o livro assim sem mais nem menos, sempre ficava querendo saber o que ia acontecer depois. É uma boa leitura, mas extensa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário